O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é uma data que ocorre anualmente no dia 21 de março. Essa data visa conscientizar as pessoas sobre a importância da igualdade racial e combate ao racismo em todo o mundo.
Confira o post completo para entender mais sobre essa data→
A História da data
O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1960, após a chacina de Sharpeville, na África do Sul, onde 69 pessoas negras foram mortas durante uma manifestação pacífica contra as leis do apartheid. Desde então, a ONU vem promovendo ações e campanhas para combater o racismo e promover a igualdade racial em todo o mundo.
A Importância do Dia Internacional Contra a Discriminação Racial
O racismo é uma realidade em muitos lugares do mundo, e o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é uma data importante para lembrar disso. A data serve como uma oportunidade para refletir sobre a importância da igualdade racial e da luta contra a discriminação racial em todas as suas formas.
É fundamental que as pessoas compreendam a necessidade de respeito e valorização da diversidade étnica e cultural. Afinal, a diversidade é uma característica natural da humanidade e deve ser celebrada e respeitada.
Além disso, o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial incentiva ações que promovam a inclusão social e a igualdade de oportunidades para todos, independentemente da sua origem étnica ou cultural. Essas ações incluem campanhas de conscientização, políticas públicas efetivas, ações afirmativas e outras medidas que visam garantir que todas as pessoas tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades.
A Discriminação Racial no Brasil
A LEI n.º 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989, também conhecida como Lei Antirracismo, é uma lei federal brasileira que proíbe a discriminação e o preconceito racial. A lei foi promulgada para promover a igualdade racial e eliminar a discriminação com base em raça ou cor. A lei procura proteger os direitos dos indivíduos de todas as raças e promover uma sociedade mais inclusiva e diversificada.
Uma das principais características da LEI Nº 7.716 é que ela criminaliza o racismo. A lei define o racismo como qualquer ação que discrimine um indivíduo ou grupo com base em raça, cor, etnia, religião ou origem nacional. A lei estipula que é crime punível com pena de prisão até cinco anos praticar qualquer ato racista ou incitar à discriminação racial. Isso inclui atos de violência, assédio, exclusão e qualquer outra forma de discriminação motivada pelo preconceito racial.
Discurso de ódio racial
A LEI n.º 7.716 também busca combater o discurso de ódio e a propaganda racista. A lei proíbe a divulgação de qualquer mensagem ou imagem que promova o racismo ou incite à discriminação racial. Isso inclui qualquer forma de comunicação, incluindo mídia escrita, falada ou visual. A lei reconhece que o discurso de ódio pode ser uma ferramenta poderosa para promover o racismo e a discriminação, e busca prevenir sua disseminação, impondo penalidades àqueles que se envolvem em tais atividades.
Casos de racismo no Brasil
Ainda existem pessoas que afirmam que o Brasil não é um país racista, mas os fatos e estatísticas por si só contrariam esse tipo de afirmação. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de registros de racismo entre 2020 e 2021 teve um aumento de 31,0%. Seguindo a mesma tabela, o Estado que mais apresentou números preocupantes de racismo foi o Rio Grande do Sul (RS), com 4.132 registros de racismo em 2021.
Selecionar um caso de racismo no Brasil é tipo encontrar palha no palheiro, pois de acordo com uma pesquisa do Poder Data cerca de 81% dos brasileiros afirmam existir racismo no Brasil.
Confira alguns casos que ganharam repercussão na última década:
- Goleiro Aranha
Em 2014 o Goleiro Aranha foi vítima de racismo pela torcida do Grêmio enquanto defendia o Santos Futebol Clube, que liderava a partida por 2×0. Uma torcedora foi flagrada chamando o goleiro de macaco enquanto a torcida do Grêmio imitava sons referentes ao animal.
- #SomosTodosMaju
A jornalista Maria Júlia Coutinho havia sofrido inúmeros ataques racistas em redes sociais enquanto atuava no Jornal Hoje. A hashtag ganhou forma sendo utilizada como forma de solidariedade à Maju.
Racismo estrutural
O racismo é um problema social que afeta a humanidade há séculos. No Brasil, país que abriga a maior população negra fora da África, o racismo é estrutural, ou seja, está enraizado nas instituições e na sociedade em geral. Este tipo de racismo é mais difícil de ser identificado, pois não se manifesta apenas em atitudes individuais, mas em práticas e políticas públicas que perpetuam a desigualdade racial.
O racismo estrutural no Brasil tem raízes históricas profundas, que remontam ao período colonial. Durante a escravidão, os negros eram considerados propriedade e não tinham direitos civis. Mesmo após a abolição da escravatura em 1888, a população negra continuou sofrendo com o racismo institucionalizado. A exclusão social, a segregação racial e a discriminação no acesso a serviços públicos, emprego e educação são algumas das consequências do racismo estrutural.
O combate ao racismo estrutural é um desafio que requer uma mudança profunda na sociedade. É preciso reconhecer a existência do problema e promover políticas públicas efetivas para combater a desigualdade racial. Ações afirmativas, como cotas para estudantes negros em universidades e concursos públicos, são uma forma de reparação histórica e de inclusão social. Além disso, é importante serem criados espaços de diálogo e reflexão sobre o racismo, para que se possa conscientizar a população sobre a importância de combater o preconceito racial.
O racismo estrutural é um problema grave que afeta a vida de milhões de brasileiros. É preciso que a sociedade na totalidade reconheça a existência do problema e se engaje na luta contra a desigualdade racial. A promoção da igualdade e da inclusão social é um dever de todos nós, e só assim poderemos construir um país mais justo e igualitário para todos.
Como combater o racismo
Para combater o racismo, é importante que cada um faça a sua parte. É preciso estar atento para não reproduzir comportamentos discriminatórios, e estar disposto a aprender e dialogar sobre o tema. Algumas ações que podem ser realizadas são:
- Buscar informações sobre a história e cultura de diferentes grupos étnicos;
- Combater estereótipos e preconceitos;
- Denunciar situações de racismo e discriminação;
- Apoiar e participar de campanhas e movimentos que lutam contra o racismo e a discriminação racial;
- Incentivar a inclusão e valorização da diversidade no ambiente de trabalho, na escola e na comunidade.
O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é uma data que deve ser lembrada e celebrada não só no dia 21 de março, mas todos os dias do ano. É importante que cada um faça a sua parte para combater o racismo e promover a igualdade racial em sua comunidade e em todo o mundo. Juntos podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
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